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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SOU O QUE SOU, NÃO O QUE USO

Uma coisa que observo muito nas pessoas é a importância que eles dão a forma com que as outras se vestem. Como as pessoas conceituam outras com reparando nos trajes que costumam usar. Se você usa roupas simples, deve ser pobre, ignorante, mas se você anda bem vestido com roupas de marcas conhecidas e grife, pressupõe-se que você tem status e é importante. Eu mesmo até certa altura da vida também pensava assim, inclusive, quando eu tinha 13 anos aconteceu um fato interessante sobre esse tema.
Eu tinha uma festa de aniversário de 15 anos de uma prima minha para ir. Recordo-me que não era uma grande festa, essas com vestidos chiques, valsas, daminhas, na verdade era super simples na casa dela mesmo, num sábado no final de tarde. A minha mãe não poderia ir e sugeriu que eu convidasse minha amiga para ir comigo. E assim eu fiz, convidei minha amiga para ir junto comigo. Porém, quando ela chegou pronta para irmos ao aniversário na minha casa, eu comecei a inventar uma história qualquer (não lembro agora) para justificar a minha desistência de ir ao aniversário. Porém, na verdade eu não queria mais ir, porque achei muito simples a roupa que ela estava e fiquei com vergonha (Coisa horrível, eu sei), mas foi o que aconteceu e o pior é que ela percebeu que era isso e ficou super triste, voltou para casa dela chorando. Lembro que ficamos um tempo de mal por causa do ocorrido, mas depois ela me desculpou.
Muito tempo depois, já adolescente, passando várias transformações em minha vida, consegui meu primeiro emprego de carteira assinada no Shopping e lá fiquei por dois anos. Nesse tempo pude observar e constatar que muitas pessoas que andam mal vestidas, têm muito mais poder aquisitivo que umas que andam sempre bem trajadas com roupas de grifes e de marca. Que muitas pessoas que iam ao shopping de chinelo de dedo (havaianas), faziam grandes compras com pagamento à vista.
Hoje, eu não me impressiono e não me importo com a maneira em que as pessoas se vestem. Tento entender que cada um tem seu estilo e suas necessidades. Continuo achando que o bom senso também é válido e importante, mas considero mais a pessoa interior, do que o que ela pode mostrar externamente sobre sua pele.
E quando penso na minha amiga, que por minha culpa, passou aquele constrangimento, fico triste por não ter falado a ela o quanto eu sinto. Hoje eu sei o quanto ela era melhor do que eu, e tento ser um pouquinho do que ela foi.